Micah Parsons queria ficar nos Cowboys, diz agente

David Mulugheta revela os bastidores da negociação frustrada com os Cowboys e explica por que Parsons acabou trocado para os Packers.

Micah Parsons em coletiva como jogador dos Packers (Tork Mason / USA TODAY NETWORK via Imagn Images)
Micah Parsons em coletiva como jogador dos Packers (Tork Mason / USA TODAY NETWORK via Imagn Images)

Micah Parsons nunca cogitou ficar fora da temporada, mesmo em meio ao impasse contratual. A afirmação foi feita por seu agente, David Mulugheta, nesta terça-feira (2), em entrevista ao programa First Take, da ESPN. Segundo ele, o linebacker estaria em campo na estreia dos Cowboys contra os Eagles, nesta quinta (4), caso não tivesse sido trocado para o Green Bay Packers. Mulugheta também afirmou que o desejo de Parsons era continuar em Dallas e detalhou os bastidores da negociação que não avançou.


Parsons queria jogar a abertura — e seguir nos Cowboys

Durante a entrevista, David Mulugheta disse que Micah Parsons nunca considerou fazer “holdout” e negou que os Cowboys tenham sido informados de qualquer recusa por parte do jogador:

“Micah ama o jogo demais. Ele ia jogar de qualquer jeito”, disse o agente.

Mulugheta também reforçou que o desejo de Parsons era permanecer em Dallas:

“O mais importante é que Micah queria ser um Cowboy. Ele cresceu torcendo pelos Cowboys, vestiu azul e branco em Penn State e na NFL. Fizemos de tudo para que ele continuasse em Dallas.”

Bastidores de uma negociação mal resolvida

Segundo Mulugheta, o impasse com os Cowboys começou em março, quando Jerry Jones acreditou ter fechado um acordo diretamente com Parsons durante uma conversa particular. Para o agente, foi um mal-entendido:

“Se você tem 25 anos e o seu chefe — que também é o dono do time — começa a falar de contrato, é difícil interromper. Micah apenas assentiu com a cabeça, por respeito. Mas, em nenhum momento, ele entendeu aquilo como uma negociação formal.”

Jones, por outro lado, acredita que houve um acordo verbal — um “aperto de mãos”. A franquia tem histórico de negociar diretamente com jogadores, o que não viola o acordo coletivo da NFL, mas costuma gerar desconforto entre os agentes.

Mulugheta afirmou que tentou retomar o diálogo antes e depois da reunião, mas não teve retorno. Fontes da ESPN disseram que ele nunca chegou a fazer uma oferta oficial aos Cowboys.

“Esperar que o Micah seja um dos melhores defensores da NFL e também um grande advogado para lidar com contratos é pedir demais”, afirmou Mulugheta. “O trabalho dele é perseguir quarterbacks. O nosso é correr atrás dos zeros no contrato.”

Packers vencem com proposta mais curta e vantajosa

Sem avanço nas conversas com os Cowboys, os Packers entraram na disputa, fecharam uma troca pelo jogador e ofereceram um contrato mais curto — e mais atrativo financeiramente.

Segundo a ESPN, Parsons assinou uma extensão de 4 anos por US$ 188 milhões, com US$ 120 milhões garantidos na assinatura.

Jerry Jones afirma que a proposta dos Cowboys incluía a maior garantia da história da liga para um jogador que não é quarterback, com valor superior a US$ 150 milhões. O salário médio anual seria de US$ 40,5 milhões, o maior entre defensores da NFL.

Mas, segundo Mulugheta, o diferencial estava na duração do contrato:

“O diabo está nos detalhes. O contrato dos Cowboys era por cinco anos. Isso poderia fazer o Micah perder de 60 a 70 milhões em ganhos futuros.”